Diário da doente #3

Maldita a hora em que dei o iogurte à dona Joanina. Se a tivesse deixado morrer à fome a esta hora podia dormir descansada sem estar a ouvir gemidos com catarro de dois em dois segundos ou rezas "em nome de Jesus". As "enfermeraaas" riem-se de mim porque não há mais nenhum quarto vago enquanto eu decido se encho a mulher de porrada por passar a noite a abrir a cortina que nos separa ou se me deixo ir neste caminho sem retorno que é perder a sanidade mental de vez.

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