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A mostrar mensagens de setembro, 2014

Diário da doente #1

Vinha dizer que o melhor de estar internada era ouvir o som do altifalante que é igual ao dos aeroportos e esperar secretamente que chamem por mim que já estou atrasada para embarcar para as Ilhas Gregas mas não, o melhor são mesmo as visitas que me trazem coisas deliciosas para comer, cartões com Joaninhas, desenhos, corações, todo o tipo de revistas e jornais (ter amigos jornalistas dá jeito até quando se está com o pé para a cova) e vêm de propósito de Lisboa com uma garrafa de amêndoa amarga. Quanto à alergia, não tenho novidades: mais um diagnóstico pendente para juntar ao fofo que está desde Julho a ser "estudado". Em suma, tivesse eu wi-fi e zero comichões e isto eram umas férias de luxo (tenho uns chinelos feios e duas idosas no quarto mas vamos esquecer isso enquanto estou na sala-de-estar).

- Já alguma vez esteve internada?

- Quando nasci. Bem-vinda à segunda, agatxigibaba .

Querem saber da última?

Tenho a cara da cor de um tomate e o corpo coberto de pintas. Ah, e comichão da boa - só assim, para vos deixar cheios de inveja.

Um post de foodie no fim-de-semana em que o apetite voltou

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Continuo cheia de sono, acho que vou precisar de uma semana para recuperar (ainda que durante a mesma tenha de estar muito alerta e com muitas ideias porque estamos em época de réentrée e de avaliações e relatórios e redefinição de estratégias e merdas) mas aos poucos sinto-me voltar ao planeta Terra. Mais tolerância para o telemóvel e o PC (objectos que já não podia ver à frente dada a sensibilidade à luz), vontade de cuscar as novas colecções de roupa, de escolher o apartamento onde vamos passar uns dias magníficos em Paris lá para o fim do ano (ainda nem vos contei a viagem a Amesterdão que entretanto aconteceu há 5 meses, mas enfim, um dia vou ser uma pessoa com tempo). Já tenho vontade de me inscrever na piscina, de fazer mil coisas, mas para já é tudo muita vontade e média acção - só na vontade de dormir é que não me faço de rogada, porque enquanto não descansar vou andar irreconhecível. É certo. Bom, mas este post é sobre comida e sobre sítios giros portanto toca a ano

Update

Antes contava os dias para os fins-de-semana, as horas para abraçar quem gosto, os dias para novas viagens. Agora conto os dias para deixar de tomar o medicamento X , para começar o Y , para passar a dividir o W . Conto os dias para novas análises, novas consultas e para uma resposta que nunca mais chega. Conto as horas para ir para casa vegetar porque a única energia que me resta tem de servir para trabalhar. E de repente, no meio de tanta conta, não há nada que valha a pena contar. Cada vez mais cansada e menos motivada, a vontade de me levantar de manhã desaparece. Porque não há nada que possa fazer quando os dias tropeçam uns nos outros, o despertador toca, as contagens continuam e só saímos de casa porque temos obrigatoriamente de trabalhar (ao menos aí ainda se conta o tempo para ver acontecer outras coisas que não arrastar-me entre medicamentos e má disposição).   Antes sonhava com a hora das refeições, deliciava-me a imaginar o que teria à minha espera, fazia pedidos e ch

Adeus avó São

Tenho pensado em muita coisa. Dito pouca. Ouvido e observado bastante. Obrigada por esta família avó. Pelo exemplo de esforço e trabalho, pelo brio que punhas em tudo o que fazias. Pensaste nos pormenores todos, espero que tenha sido tudo segundo a tua vontade e espero que nunca tenhas posto em causa a tua importância, que era tanta. Tenho lembrado alguns momentos da infância. O quanto me ralhaste por não ter descascado as batatas de forma exemplar. A saia vermelha das pregas que me compraste e que custou dez contos. As papas com o café pela manhã. Aquela blusa azul e branca que a avó teve desde sempre e os sapatos que eu às vezes experimentava. O cheiro a carapau (seria sardinha, ou chicharro? Nessa altura não distinguia mas fugia fosse qual fosse o peixe em tua casa). O terço ao fim da tarde "oh Maria concebida sem pecados" e os jogos de cartas. O cheiro a tabaco da sala que me lembrava o avô. Aquelas plantas. Tu a lavar a roupa à mão. O cheiro do corredor a caminho do pát

Vamos falar de paraísos...

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... E de fins-de-semana revigorantes. Acho que o Verão acabou - "acho" porque, olhando para trás, fica a dúvivida se realmente aconteceu. Esteve sempre um tempo duvidoso ( meteorologicamente  falando), fiquei doente, o namorado não largou a tese e, de repente, estamos em Setembro com trabalho até aos fins-de-semana. Tenho saudades de sentir o sol queimar-me a pele (será que algum dia voltarei a sentir?) mas importa sublinhar que diferente não significa pior: não faltaram os  pic-nics , os re(encontros), os pés de dança e - o que eu mais gosto - as descobertas no mapa. Penedo Furado - Vila de Rei - Portugal Aldeia do Mato - Abrantes - Portugal E como até ao lavar dos cestos é vindima, vamos aguardar pelo que esta estação ainda pode dar (ainda é cedo para pensar em frio e chuva e no humor que isso deixa nas pessoas). [Rota do fim-de-semana: Praia Fluvial do Penedo Furado --> Abrantes (jantar no Restaurante Santa Isabel, copo no Aquapolis e dormida