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   Estou viva e, com muita pena minha, não ganhei o Euromilhões (até porque não jogo, acho uma seca esperar pelos resultados, mas se é para sonhar, posso bem sonhar que encontro um papel sorteado ou que alguém muito próximo de mim ganha e me oferece uns trocos, assim sem me chatear nada). Ainda assim, ganhei 5€ numa raspadinha (o meu maior prémio desde que sou eu a pagar raspadinhas), portanto estou numa enorme felicidade (até porque foi investido em gelado). 

   Como o dinheiro não é tudo, continuo extremamente satisfeita com a minha vida - mudava três coisas em vidas alheias para sermos todos mais felizes mas, no que me compete, está tudo no lugar certo (depois de dizer isto encolho-me e fico à espera que me aconteça algo de mal, que tenho íman para a ironia da vida).

   Continuo abismada com a velocidade a que o tempo passa. Dá para aproveitar bem todos os momentos mas quando dou por mim passou outra semana. Assim, num abrir e fechar de olhos. Para dar uma ideia, ontem abri o meu pc e reparei que o wallpaper é o calendário de Fevereiro. Não fotografo desde Amesterdão e só vou voltar a fazê-lo antes das próximas mini-férias porque será em trabalho. O Instagram, esse, anda às moscas com um post por semana, talvez. Já só uso o Facebook para trabalho e para dar os parabéns às pessoas. O Twitter e o blog estão abandonados...

   Acho que morri virtualmente. Tenho pena porque tenho estado em sítios brutais, com pessoas que adoro. Tenho feito progressos a vários níveis, estou apaixonada pelo pôr-do-sol do campo e gostava de deixar tudo para a posterioridade (imagens, cheiros, toques, simples pensamentos...). É impossível viver as experiências na íntegra se parar para registar, mas fazê-lo depois nem sempre faz sentido ou nem sempre me apetece, até porque raramente é possível: as experiências sucedem-se de tal forma que já só paro para conduzir, tomar banho ou dormir. #livinglavidaloca