LES Report / Como o mundo é falacioso

Um exemplo de como a forma como as notícias são dadas e a maneira como as interpretamos nos podem distanciar muito da verdade.

Factos:
Estava a terminar de preencher a minha tabela mensal de despesas. Percebi que não tinha, pela primeira vez em oito meses, gasto um cêntimo em saúde.

Interpretação mais óbvia:
O meu primeiro instinto foi celebrar. Um mês inteiro sem pôr os pés numa farmácia? Sem pagar um hemograma? Significa que não precisei, certo? E isso significa que estou bem, certo?

Pensando mais do que 3 segundos:
Mais ou menos. É realmente bom não ter precisado de ir à farmácia por nenhuma urgência, mas isso não significa que não tenha tomado qualquer medicamento ou que esteja curada (até porque a o estado actual da medicina prevê que isso seja impossível em 99,9% dos casos - ainda que eu me ache a última Coca-Cola do deserto e, portanto, acredite que um dia destes me vejam no lado possível da estatística #ahah).
Na verdade - pensando mais do que 10 segundos - só não gastei ontem dinheiro em lentes de contacto porque estavam esgotadas e só não comprei os medicamentos homeopáticos que acabaram porque vou ter consulta para a semana e vou esperar por essa avaliação. Na verdade, não paguei nenhum hemograma porque foi mês de análises gerais e específicas no hospital. E não me desloquei à farmácia para adquirir os medicamentos habituais porque agora tomo doses pequenas e as caixas duram mais tempo.
Na verdade, portanto, não ter gasto um cêntimo em saúde é completamente relativo e não significa nada, até porque se não os gasto directamente, gasto sempre muito indirectamente (seja em combustível, em estacionamento, comida ou conforto). 

Comentários

  1. Ainda assim, após o raciocínio racional (passo o pleonasmo - falo tãooo bem, só que não xP), a verdade é que este mês não gastaste esse dinheiro em farmácia e que bom que tomas doses mais pequenas e os medicamentos duram mais :)

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Porta-Tazos #1 - Viva a nossa camionete!

Porta-tazos #5 - O puxão de orelhas de aniversário