Sobre as autárquicas
Gostava que a abstenção fosse estudada em profundidade, que não fosse só a leitura fácil de que metade do país não se preocupa minimamente com o meio em que vive. Gostava porque estou convencida que, este ano, houve gente a deslocar-se às urnas que não o fazia há muito. Acho que este ano há mais gente acordada e sensível às questões políticas, mas também acho que o acto de votar está dificultado e não se adapta a um estilo de vida pós-moderno. Ser domingo já não é sinónimo de não haver trabalho para ninguém. Ser domingo não muda o estado de doença aos acamados e internados. Ser domingo não leva os madeirenses e açorianos de volta a casa para passar o fim-de-semana quando ainda há pouco tempo vieram para o continente por causa do regresso às aulas. Há gente (gente?) que se está nas tintas, é bem verdade, mas não acredito que esse número corresponda a metade da nossa população. Poderiam dizer-me: quem está longe pode votar à distância. Pode, na teoria. Na prática temos casos e c...