Do Porto

Há duas semanas atrás, por esta hora, estávamos a acabar de almoçar das melhores tostas que já comi na vida. O restaurante chama-se El Tomate, está localizado no Mercado do Bom Sucesso e, sosseguem, em breve poderão encontrá-lo também em Lisboa, no Príncipe Real. Vou repetir-me mas as tostas são mesmo deliciosas: sabor, textura, céu.

O ambiente do Mercado agradou-me muito: todos os espaços foram pensados ao pormenor, a oferta ao nível da restauração é bastante diversificada (petiscos, sushi, gelados, enfim, tudo) e fiquei com a ideia de que, periodicamente, há propostas culturais para o dinamizar. Há um palco, com um piano, que desafia os visitantes a subir e a dar o seu espectáculo (para a próxima e com um copito de vinho pode ser que a coisa se dê) e a função original de mercado dos frescos também se mantém (estava fechado, por ser domingo).

Gosto mesmo de sair satisfeita de um sítio. Aconteceu com o Mercado do Bom Sucesso e com quase tudo o que visitámos no Porto, à excepção da Casa da Música e do Gare, mas já lá vamos. Antes, os elogios devidos ao Rivoli Cinema Hostel [fotos aqui].

O nome deve-se à localização e a toda a envolvente. Situa-se ao lado/em frente (dependendo da perspectiva) do Rivoli, junto aos Aliados, e a decoração é toda relacionada com o mundo do cinema. Cada quarto corresponde a um filme diferente, as divisões e os corredores estão cheios de posters e a sala de estar está completamente equipada para uns serões em "família" no sofá, a ver filmes. O prédio está remodelado, as camas são confortáveis (o que nem sempre é fácil encontrar neste tipo de alojamento), tudo limpinho, as divisões comuns são super acolhedoras, há sempre bebidas disponíveis na cozinha (água, sumo, café) e o terraço é, realmente, a cereja no topo do bolo. O atendimento é 5 estrelas e o mesmo se atribui ao pequeno-almoço, sem qualquer limite de consumo e sem demasiado rigor horário. A melhor parte? O preço [o mais barato onde já estive, no Porto]! Nota 10/10.


Um bom sítio para ficar e uma boa cidade para visitar só valem a pena se houver sintonia com a companhia. No meu caso, deve ser alguém que goste de comer bem, de experimentar sítios novos e de fazer qualquer coisas diferente dos roteiros habituais sem, no entanto, deixar de passar pelos pontos mais emblemáticos. Alguém que não se importe de andar a pé, que esteja sempre pronto para uma alteração de planos de última hora e que não faça cenas (já todos fomos de férias com aquela pessoa que emburrou e boicotou tudo graças ao seu feitiozinho especial). No fundo, alguém como a Ana.

Na sexta-feira chegámos ao Porto perto da meia-noite. Estávamos cansadas e queríamos fazer mil coisas no dia seguinte, pelo que decidimos ficar pelo hostel a planear e a rabiscar o mapa que a menina da recepção nos ofereceu (e que eu acabei por perder, colocando em risco anos de amizade com a Ana Isabel).

No sábado começámos pela exposição temporária 3D Magic Art, no Edifício da Alfândega (se são pessoas livres e divertidas vão achar piada ao conceito) e, daí, subimos ao Palácio de Cristal (um dos sítios onde nunca tínhamos estado, apesar de não ser a nossa primeira vez na cidade).


Palácio de Cristal, Porto - Janeiro 2014




No dia antes tínhamos decidido, sem hesitar, que no sábado almoçaríamos no Munchie - The Burger Kitchen. Como estava à pinha e com o serviço atrasado, abandonámos a ideia e acabámos no Subway (antes ainda insistimos em percorrer a cidade de uma ponta à outra para encontrar sítios igualmente fofos como a nossa primeira opção mas houve qualquer coisa que nos impediu de ser bem sucedidos na tarefa).

Durante a tarde, passagem pela sempre bonita Vida Portuguesa, pela loja de discos Louie Louie, pela loja vintage que não me lembro do nome e pelo Centro Comercial Bombarda, entre muitas outras ruas e praças que já conhecíamos. Anoiteceu quando chegámos à Ribeira para o copo (partido) de final do dia e, mais tarde, ainda deu para chegar a tempo ao Melhor Bolo de Chocolate do Mundo.

Para jantar, a mais que óbvia francesinha, desta vez no típico Piolho. Francesinhas, imperiais finos, Favaitos e excelente companhia, tudo para acabar certo, não fosse o fim da noite na/no Gare - a discoteca/night club da moda cujo som não nos agradou especialmente.

Por fim, domingo e a Casa da Música que nos deixou à toa (desde não percebermos exactamente o que é que era suposto ver para além da espantosa arquitectura, ao facto de nos termos enfiado num elevador que, simplesmente, não se movia), a óptima experiência que foi o Mercado do Bom Sucesso e o random que foi parar em Aveiro e apanhar a Festa de São Gonçalinho (apanhar cavacas atiradas do cimo da igreja com um chapéu de chuva é qualquer coisa indescritível).

Em suma? O Porto vale sempre a pena (e os bons amigos, também).

[outras coisas para ver no Porto, num post antigo].

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