Sobre as eleições / A desilusão
Queria ter editado este post mais cedo. Não consegui. Escrevo
agora, ao bater das 20h00 do dia 4 de Outubro de 2015, hora em que se tornam
conhecidas as primeiras projecções relativamente ao resultado eleitoral das
Legislativas, onde tudo aponta para a vitória que eu temia: a da coligação (PSD
+ CDS).
Escrevia eu, na publicação
anterior sobre as “As Mil e Uma Noites” e num desabafo utópico, que
gostava muito que se fizesse história. Uma história diferente onde forças políticas
menores ganhariam força, onde se escorraçasse a corja elitista e graxista que se
habituou a mover-nos como marionetas.
Por razões óbvias, era uma
história difícil de escrever: de um lado, estão os portugueses interessados na
vitória específica de um partido, por razões de compadrio, subidas ao poleiro,
jeitos e cunhas; outra fracção, pertence às pessoas que continuam a votar como
se isto fosse o campeonato de futebol, onde só interessa a cor; por último, os
portugueses interessados nos valores reais, que não encontram um partido que
lhes dê absoluta confiança, dada a incoerência dos discursos e actos.
Eu própria fiz uma série de
equações antes de decidir o meu voto e, confesso, não foi fácil. Contudo, havia a certeza que mencionei aqui:
não ia votar no actual Governo.
Não concordo com a maioria das escolhas
políticas que foram feitas ao longo da legislatura que agora terminou,
revolta-me o desprezo que foi dado aos portugueses em muitos momentos,
enoja-me a facilidade com que Passos Coelho deu e continua a dar o “dito por
não dito”. Mais, achei que estávamos todos conscientes disto e que queríamos
mudar.
Mas não, não tivemos coragem de o
fazer. Bem sei que as alternativas também não eram brilhantes, bem sei que a
campanha correu muito mal ao Costa, bem sei que há quem só vote a pensar numa
maioria. Também sei que as hipóteses eram muitas e que todas elas são válidas
de igual modo. No entanto, fico triste por ser tão fácil ludibriar um povo –
sim, todos votaram porque quiseram, mas tendo em conta os argumentos que fui ouvindo,
muitos votaram desconhecendo alguns factos, claramente subvertidos, outros por acomodação.
Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é o nome comumente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor.
Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é o nome comumente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor.
A maioria decide. Tudo certo num
dia em que a taxa de abstenção desceu – e isso, só por si, já é uma grande
vitória. De resto, mesmo não gostando do resultado (pelo menos no que diz
respeito ao primeiro-ministro eleito), eu só espero que, desta vez, os eleitos
honrem o lugar que ocupam e que Portugal esteja mesmo à frente de qualquer
outro interesse. #ingenuidade
[Nota de redacção: parti do filme
para fazer uma reflexão política e acabei por escrever sobre isso na
publicação. Decidi mais tarde separar os conteúdos em dois textos, para não
pensarem que o filme pende para a esquerda ou para a direita.]
O teu útimo parágrafo não está correto. A taxa de abstenção foi a maior de sempre.
ResponderEliminarNo entanto vendo as coisas pelo lado positivo, nem em coligação eles ficaram com maioria absoluta. Isto mostra bem a divisão em que está o povo.
Tens razão Jedi, isto foi escrito logo às 20h, na altura ainda a abstenção era baixa, assim que tiver tempo corrijo :)
EliminarAgatxigibabamiga
ResponderEliminarNós os tugas somos masoquistas. E mais não digo: digo porque a minha decisão era irrevogável. Já te sigo e vou incluir-te nos meus BLOGUES MAIS FIXES. Por isso fico a esperar por ti
>Qjs = queijinhos = beijinhos. Ouabç doLeãozão