Parabéns SIC!

   Tinha dois anos quando a SIC nasceu e nem sequer me recordo se assisti a esse momento (a probabilidade é muito grande já que este é, desde sempre, o canal lá de casa). Tenho pena de, na altura, não ter maturidade suficiente para me aperceber do que estava a acontecer - o surgimento do primeiro canal de televisão privado em Portugal.

   Vinte anos depois e com tantos canais quantos quisermos, este pode parecer um feito irrelevante. A SIC até pode estar parecida à TVI, pode ter perdido grandes programas em nome das audiências - o lamentável corte do Programa da Maria [Rueff] -, pode até ter estragado o carinho que tínhamos por outros programas ao esticá-los até à exaustão (Ídolos), mas continua a ser o canal generalista em que deixo a televisão ligada, se quiser um barulho de fundo para companhia.  Continua a ser a mãe de canais que aprecio - Notícias, Mulher, Radical -, continua a ter as melhores novelas (mesmo que em quantidade exagerada) e até as palmas da plateia do Boa Tarde soam melhor do que as palmas da plateia do Goucha.

   Há anos que mal vejo televisão mas, quando o faço, ainda escolho a SIC. Apontar como erradas algumas das suas escolhas - na grelha de programação e nas caras seleccionadas - podiam ser apenas opiniões minhas, mas são mais do que isso: têm uma ligeira carga emocional; alguma tristeza de alguém que, intimamente, estabeleceu ao longo dos anos uma relação que não quer deitar por água a baixo, por causa de uma das partes enveredar por caminhos duvidosos. Este é o canal onde passei mais horas agarradas, aquele por onde esperava com excitação pelo Médico de Família, pelo Neco, pela New Wave, pelo CSI... pertence-me de certa forma e é por isso que quero dar os parabéns, dizer que gosto e desejar que não desiludam mais quem, como eu, se identifica com o "crescemos juntos".

ACRESCENTO AO POST:
   Fiquei rendida com a emissão comemorativa dos 20 anos. Clap! Clap! Clap! Duplo parabéns.