Do amor à camisola
Gosto mesmo da empresa onde trabalho: da imagem, dos produtos que vendemos à cultura, dos colegas aos patrões e da grande maioria dos stakeholders (dos que conheço).
Não gosto do edifício-sede. Odeio-o no inverno com todas as minhas forças. É frio a ponto de ser extremamente desconfortável e de nos desconcentrar. Há outras coisas que mudaria porque "não somos perfeitos" e há sempre aspectos a melhorar, mas no geral estou satisfeita e se o meu grau de satisfação num trabalho, ao longo da vida, for sempre este, então provavelmente serei uma workaholic incurável.
Vesti a camisola no primeiro momento - como, aliás, visto em todas as causas a que me associo, sejam elas pagas ou de carácter voluntário. Nos últimos meses o fluxo de trabalho aumentou, nós continuamos os mesmos e tenho-me desdobrado para fazer mais. O tempo claramente não chega, já tenho uma pilha em stand-by até 2015 (iniciada antes do Verão), acabo por fazer algumas coisas em casa e andamos todos em contra-relógio. É bom e dá imensa pica porque significa que a comunicação que fazemos está a resultar e mostra que ainda há margem para crescer e desafios para explorar.
Saber que há cada vez mais gente a conhecer-nos, a querer experimentar os nossos produtos, a repetir a compra e a recomendar-nos deixa-me de sorriso na boca. É por isso que cá andamos e não há melhor motivação que essa mas confesso ter algum receio quanto ao reconhecimento de todo este empenho, por parte dos nossos superiores: temo que, por verem sempre o trabalho feito, não se apercebam do processo e da dedicação que todos, sem excepção, transportamos diariamente.
Acredito que não, que seremos todos enaltecidos no final do ano e que no próximo se baterão novos "records" mas é bom não descartar a hipótese de todo este amor à camisola vir a ser ignorado, porque isso influencia a nossa postura. Não quero destruir a imagem positiva que construí de tudo isto, nem quero passar para o clube dos que se arrastam diariamente para o trabalho com um desânimo do tamanho do mundo, mas é bom estar preparada para qualquer um dos cenários.
Faço mesmo figas para que sejam valorizados e para que esse entusiasmo se mantenha. Não posso dizer o mesmo e ainda agora comecei. Adoro os meus velhinhos mas já a valorização do patrão é completamente ao lado. Pagam mal, mas mal mesmo, e valorização não é o seu nome do meio. Mas bola para a frente, acredito sempre que vem algo melhor e não me posso queixar :)
ResponderEliminarÉ uma pena que algumas entidades patronais não percebam que pequenos pormenores podem fazer a diferença no ambiente e no empenho dos funcionários. Pode ser só uma fase, não desanimes e sim, sempre pensamento positivo :)
EliminarA pouca (mas intensa) experiência que tenho ensinou-me que nunca (ou quase nunca) devemos dar mais ao nosso trabalho do que o que ele merece, por muito que fique bem no ecrã dar umas horas extra em nome da nação. O amor à camisola deve ser um amor consciente: não deve ser dar por dar, mas dar porque o trabalho merece receber. Além disso, a vida é mais do que trabalho.
ResponderEliminarÉ bom ver exemplos de trabalho por gosto! :D
Boa sorte para o futuro!
Sim Rui, concordo que devemos dar o que merece, daí ter dito que o reconhecimento influencia a nossa postura. Obrigada e boa sorte também **
EliminarÉ tão bom quando somos valorizados pelo trabalho que fazemos. Pena é que sejam poucos os patrões a fazê-lo. Espero que os teus pertençam a esse grupo.
ResponderEliminarbeijinho