Porta-Tazos #0

   Posso não ter tido fisgas, carrinhos de rolamentos ou ter costurado as minhas próprias bonecas, mas isso não significou uma infância e adolescência desprovida de pérolas. Mesmo que menos rudimentares do que os dos famosos anos 80, têm-me vindo à memória certos hábitos e objectos perdidos num lá atrás que dá vontade de remexer. Serão histórias comuns a uma geração? Ou metade do que era normal para mim nunca fez parte dos miúdos da minha idade? A contar descobrir em breve, criei esta nova rubrica: se o Markl tem uma Caderneta de Cromos, eu posso bem ter um Porta-Tazos.

   Tazos: um lugar-comum a todos os putos criados nos anos 90. Todos conhecemos e grande parte coleccionou (no mínimo tentou) os pequenos círculos de plástico de duas faces, pelo que me pareceu adequado chamar Porta-Tazos a este (futuro) aglomerado de ideias sobre os meus primórdios. Virtualmente, vou dispensar as cores fluorescentes (o meu era amarelo) e o  espectacular encaixe para prender ao bolso, que já lá vai a fase em que achava que isso tinha muita pinta. 
   Se nunca viram estas rodelas da imagem, não sei do que eram feitos os vossos pic-nics, pois os (matu)tazos calhavam nas batatas-fritas Ruffles. Os primeiros de que me lembro tinham os bonecos da Looney Tunes mas, com o passar do tempo, surgiram várias colecções das quais destaco a dos Pokémons, que também tive. Uns eram totalmente redondos, uns tinham picotado à volta e outros mudavam de imagem - altas tecnologias, meus caros.
   Para além de comprar massivamente batatas-fritas, havia outra opção para coleccionar os famosos discos: ir à luta, num jogo onde cada participante amontoava o mesmo número de tazos numa pilha única e, à vez, lançava contra a tal torre um outro tazo, com o intuito de virar a face ao máximo número de tazos que conseguisse; os que virava, ficavam para si. Como nunca fui campeã da coisa, cedo introduzi os jogos amigáveis com o meu primo, de modo a que nenhum perdesse os seus tazos (ou de modo a que eu não perdesse, porque ele tinha claramente mais talento e, além disso, esta era uma modalidade mais de rapazes, pelo que eu quase que tinha desculpa para ser azelha).

Comentários

  1. Creio que vou gostar desta rubrica!
    No entanto, porque são as pequenas coisas que nos separam dos primatas, insisto para que faças a diferenciação entre Matutazos e Poketazos. Consta na lei do recreio que não podes trocar um Duffy Duck por um Ratata e por isso a omissão deste apartheid pode ferir as suscetibilidades das fações mais conservadoras :p

    De resto aguardo o próximo e bem haja!

    ResponderEliminar
  2. Os picotados davam para fazer grandes construções! E eu tinha tazos mas não apostava. Tinha medo de perder e preferia esperar que o meu irmão me desse os que já não queria.

    ResponderEliminar
  3. Os anos 90 foram sem dúvida os melhores. Ainda guardo os meus, e sou eu própria portadora de um porta-tazos cor de rosa flurescente todo supimpa!
    E aqueles bonequinhos de plástico que eram práticamente só a cabeça, que também vinham nos pacotes das batatas? Com umas caras assim parao feiinhas, mas lembro-me que haviam os especiais com brilhantes, flurescentes, os que brilhavam no escuro etc. :) Bons velhos tempos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eii, esses bonequinhos, não me lembro do nome mas adorava os que brilhavam no escuro!!

      Eliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Porta-Tazos #1 - Viva a nossa camionete!

Porta-tazos #5 - O puxão de orelhas de aniversário