Chocolate Cake

   Estou aqui perdida entre render-me ao sobrenatural ou admitir que posso sofrer de uma certa iliteracia culinária. A verdade deve pender para a segunda opção mas, se acreditar no além, em vez de naba sou apenas a vítima da história.

   Eis o que se passa: sempre que tento fazer um doce/bolo/algo-que-agrade-gulosos-descrentes-nos-meus-confeccionados em casa dos meus pais, a coisa corre mal. Ou torra, ou erro quantidades, ou não estou atenta e uso algo fora da validade, ou faço tudo como penso que devia ser e... mesmo assim sai ao lado. Em minha casa, porém, basta-me idealizar o prato, escrever o seu nome no Google com um "fácil" à frente e seguir as instruções, para sair tudo dentro do previsto.

   Estranho não é? Eu não acredito em bruxarias mas estou capaz de crer que a minha mãe me rogou uma praga quando, mais novita, me recusei a aprender a cozinhar. Só pode. Claro que ter tentado fazer folhados de maçã quando nem sequer imaginava que ia precisar de um rolo da massa mostra os meus conhecimentos profundos na matéria mas não, não, isto é mesmo uma questão de mau olhado ou azar, nada tem que ver com interpretações erradas de receitas. Nã... a mim não me enganam: esta casa tem bicho e ele só não ataca quando é bolo de iogurte (aquele que eu deixei a minha mãe ensinar-me, há muitos anos atrás).

   Hoje nem correu mal de todo, vá. Parece escangalhado mas só porque cortei em cubinhos quando ainda estava quente e, como é húmido por dentro, ficou um pouco deformado - mas se não ficasse era milagre (seria o meu primeiro bolo perfeito nesta casa e isso, pelo que tenho visto, é impossível)!

   Ainda assim, dou como vencida a luta de hoje: está comestível (e muito!!!)! Ah e está tudo amontoado porque esta é a foto do tupperware para trazer para Lisboa, o resto... impecável ;)

   P.S.: Não mostro o folhado de maçã porque acabou por ser a minha mãe a dar a receita e, por isso, o mérito não é meu.